Quando
com minhas mãos de labareda
te acendo e em rosa
embaixo
te espetalas
quando
com meu facho aceso e cego
penetro a noite de tua flor que exala
urina
e mel
que busco eu com toda essa assassina
fúria de macho?
que busco eu
em fogo
aqui em baixo?
senão colher com a repentina
mão do delírio
uma outra flor: a do sorriso
que no alto o teu rosto ilumina?
Ferreira Gullar, Na vertigem do dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário